Olá! Cheguei de viagem há algumas semanas e, agora que já tive tempo para colocar a vida em ordem, quero contar em detalhes o que foi essa viagem incrível. Tanta coisa aconteceu que, se eu não tivesse registrado tudo em um diário, provavelmente não saberia explicar como todos e cada um dos dias na Califórnia foram fantásticos.
Escolhi começar pela minha relação com a Golden Gate. O símbolo-mor de San Francisco é ainda mais bonito ao vivo, o que é meio óbvio de se dizer. Porém, o que estreita a minha relação com ele e me faz sentir mais conectada é o fato dele ser colorido. Quantas obras dessa magnitude você vê por aí coloridas dessa maneira? Poucas.
E por mais que ela pareça vermelha, não se engane. Ela é oficialmente laranja. Tudo para ornar perfeitamente com o horizonte e se destacar nos dias de neblina (que não são poucos).
Mauri foi de óculos vermelho só pra provar que a ponte é laranja pelo contraste.
Apesar de passar por ela em diversos trajetos de ônibus, foi só no segundo mês de San Francisco que eu resolvi encarar a visita a ponte, pra valer. Isso porque ela ficava ligeiramente afastada de onde morávamos e queríamos fazer direito, ou seja, conhecê-la em um dia sem neblina, para poder aproveitar a vista completa.
Alugamos bicicletas no Pier mais próximo da ponte em um lugar chamado Blazing Saddles que oferece toda a estrutura necessária (capacete, cadeado, mapa, orientação e ticket pro Ferry da volta) para saírmos pedalando, prontos para a aventura.
Parada estratégica na subida pra recuperar o fôlego e tirar foto.
Já sentimos logo de cara no Pier que o negócio seria mais cheio do que imaginávamos. O trânsito de bicicletas na ciclovia já estava uma loucura, mas, mesmo assim, a vista compensava. Pedalamos por cerca de uma hora parando para tirar foto de lugares lindos que apareciam pelo caminho e da própria ponte, que logo no início, já despontava à distância.
Fazendo foto com a ponte em diversos tamanhos no background.
O percurso de bike, apesar de super lotado no domingo, é muito divertido de realizar. O trânsito é preparado para as bicicletas (o semáforo tinha um símbolo específico para elas) e diversos tipos de ciclistas, fossem eles homens, mulheres, idosos, crianças e bebês (!), pintavam pelo caminho. O único problema talvez sejam os ciclistas profissionais que inventam de querer correr ali. Amigo, tá todo mundo ali curtindo a vista, não venha querer dar uma de apressadinho pra cima de mim, não.
Respeita as bikes.
Ao chegar na ponte, de fato, uma emoção completamente diferente tomou conta de mim. Um misto de perigo (é facinho perder o equilíbrio ali de tanto que venta), com emoção do tipo AI MEU DEUS, ESTOU MESMO AQUI, O CARTÃO-POSTAL É REAL E EU ESTOU EM CIMA DELE. Tudo assim, em caixa alta, palpitando dentro do meu peito.
Fotografei essa placa só porque fiquei encantada com a tipografia rechonchudinha.
Dica amiga: boné, cabelo preso, moletom, leve tudo o que for preciso para você encarar o vento. San Francisco já é conhecida por ventar muito, mas ali, no meio da ponte, o negócio é surreal.
Ao chegar do outro lado, só alegria (vulgo descida) até Sausalito. Uma cidadezinha extremamente fofa, com hortênsias espalhadas entre as casas.
Na volta, as bikes pegaram carona com o Ferry que voltou para San Francisco e nos deixou no mesmo pier onde as pegamos.
Espiadinha em Alcatraz no barco da volta.
Conhecer a Golden Gate desta forma foi uma experiência fantástica e encantadora. Mesmo uma sedentária como eu não tive medo de não conseguir completar o trajeto. Muito pelo contrário, a sensação foi tão boa que só fez criar dentro de mim a vontade de pegar uma bike e sair conhecendo vários outros pontos turísticos pelo mundo.